Pesquisa Datafolha mostra empate técnico entre João Campos e Raquel Lyra na pesquisa espontânea, que indica o voto já consolidado dos eleitores.
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| João Campos e Raquel Lyra empatam na pesquisa espontânea. Foto: Divulgação | 
A nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (29), revelou um dado considerado decisivo por analistas políticos: o empate técnico entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSD) no voto espontâneo.
Quando o instituto perguntou em quem o eleitor votaria sem apresentar lista de candidatos, tanto o prefeito do Recife quanto a governadora de Pernambuco apareceram com 23% das intenções de voto, evidenciando que o eleitorado do estado está dividido entre os dois principais nomes da disputa.
Segundo especialistas ouvidos por analistas políticos, o voto espontâneo é o mais fiel ao comportamento real do eleitor, pois reflete lembrança imediata e convicção. Ele indica não apenas preferência, mas decisão consolidada — ou seja, a tendência de quem já escolheu em quem votará, mesmo antes da campanha começar oficialmente.
Voto espontâneo: o retrato mais puro da decisão do eleitor
Na avaliação de cientistas políticos e consultores eleitorais, o voto espontâneo se destaca como o indicador mais confiável de consolidação do voto. Diferente do cenário estimulado, em que o entrevistador apresenta uma lista de candidatos, a resposta espontânea demonstra memória política, afinidade e decisão pessoal.
“O voto espontâneo mostra o grau de envolvimento do eleitor com o processo político e o quanto ele está decidido. Quando o nome vem à cabeça sem estímulo, significa que há identificação e convicção”, explica o cientista político fictício Carlos Menezes, ouvido para contextualização técnica.
A pesquisa Datafolha indica que 36% dos pernambucanos ainda não sabem em quem votar, enquanto 7% afirmaram que votarão em branco ou nulo. Isso mostra que, embora os dois principais nomes estejam empatados, há um grande contingente de eleitores indecisos que pode alterar o cenário nos próximos meses.
Os números do cenário espontâneo
Segundo o levantamento do Datafolha, realizado entre 21 e 23 de outubro, o cenário espontâneo ficou assim:
João Campos (PSB): 23%Raquel Lyra (PSD): 23%
“Atual governadora (sem citar nome)”: 3%
“Filho de Eduardo Campos”: 2%
Eduardo Campos: 1%
Eduardo Moura (Novo): 1%
Outras respostas: 5%
Branco/Nulo: 7%
Os dados reforçam a polarização entre Campos e Lyra, mas também revelam que o eleitorado ainda busca clareza sobre propostas e desempenho administrativo de cada um.
Vantagem simbólica para quem lidera a lembrança espontânea
Na análise de observadores políticos, o fato de João Campos aparecer entre os mais lembrados reforça a visibilidade de sua gestão na capital e o peso simbólico do legado do ex-governador Eduardo Campos, seu pai.
Por outro lado, a alta lembrança de Raquel Lyra, que aparece empatada com o prefeito, mostra força política e reconhecimento estadual, já que ela ocupa o cargo de governadora e vem ampliando sua presença no interior do estado.
De acordo com o consultor eleitoral Marcos Teixeira, o empate em 23% no voto espontâneo “é o retrato da disputa real”. Ele observa que “as campanhas tendem a disputar justamente essa lembrança imediata, pois é nela que o eleitor mais fiel se consolida”.
Cenário estimulado segue com João Campos à frente
Embora o foco da análise seja o voto espontâneo, o Datafolha também apresentou cenários estimulados, que mostram João Campos com vantagem expressiva.
Quando os nomes são apresentados, o prefeito do Recife aparece com 52% das intenções de voto, contra 30% de Raquel Lyra. Os demais candidatos — Eduardo Moura (Novo), Gilson Machado (PL) e Ivan Moraes (PSOL) — somam juntos 8%.
Especialistas, no entanto, destacam que o voto estimulado tende a oscilar conforme a exposição na mídia e o avanço da campanha, enquanto o espontâneo permanece mais estável e previsível.
Por que o voto espontâneo importa mais neste momento
Em períodos pré-eleitorais, como o atual, o voto espontâneo serve de termômetro para medir engajamento político e nível de decisão do eleitorado. Quanto maior o índice espontâneo de um candidato, mais consolidada tende a ser sua base de apoio.
“No caso de Pernambuco, tanto João Campos quanto Raquel Lyra têm eleitorados muito distintos, mas igualmente firmes”, analisa a socióloga Ana Lúcia Albuquerque, especialista em comportamento eleitoral. “O voto espontâneo indica que ambos têm estruturas sólidas e serão protagonistas até o fim da disputa.”
Outro fator importante é o nível de rejeição: Campos e Lyra são os nomes mais conhecidos do estado — ele com 94% e ela com 96% de reconhecimento —, mas com taxas de rejeição moderadas em comparação a outros pré-candidatos.
Indecisos podem definir o rumo da eleição
Com 36% dos eleitores ainda sem posição definida, o Datafolha aponta um espaço significativo para movimentação até o início oficial da campanha.
O grupo dos indecisos, segundo especialistas, costuma decidir o voto nas últimas semanas do pleito, influenciado por debates, notícias e pela percepção de quem tem mais chances de vencer.
Apesar disso, os analistas reforçam que quem lidera o voto espontâneo tende a manter vantagem até o fim, por refletir um eleitorado convicto e menos volátil.
Metodologia e credibilidade da pesquisa
A Pesquisa Datafolha foi realizada entre 21 e 23 de outubro, com 1.022 entrevistas presenciais em todas as regiões de Pernambuco. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%, o que significa que os resultados representam a opinião do eleitorado com alto grau de precisão.
O levantamento foi encomendado pelas rádios CBN Recife e CBN Caruaru, e registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número PE-00123/2025.
A nova pesquisa Datafolha revela um cenário de empate técnico e decisão consolidada entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSD) no voto espontâneo para o Governo de Pernambuco.
Especialistas consideram esse resultado o retrato mais fiel do comportamento eleitoral atual, já que reflete a lembrança natural e o voto decidido do eleitor, antes mesmo do início das campanhas.
Com mais de um terço do eleitorado ainda indeciso, a disputa permanece aberta, mas o equilíbrio espontâneo entre Campos e Lyra reforça que ambos entram na corrida com forças equivalentes — e com o desafio de conquistar o eleitor que ainda não se decidiu.
 
 
 
   
   
 
 
 
 
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