O navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, chega a Belém para a COP30, reforçando o apelo global por ação climática e justiça para os povos da Amazônia.
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O lendário Rainbow Warrior chega à Amazônia e simboliza união pela justiça climática na COP30. Foto: © Filipe Bispo / Greenpeace |
Carregando em seu mastro a mensagem “Ação, Justiça e Esperança”, o navio-símbolo do ativismo ambiental do Greenpeace, o Rainbow Warrior, chegou nesta quarta-feira (5) a Belém (PA). A embarcação participa das atividades que antecedem a COP30, conferência da ONU sobre o clima que será sediada na capital paraense em 2025.
O navio retorna à Amazônia com a missão de unir vozes em defesa das florestas e pressionar líderes globais por metas climáticas mais ambiciosas, pelo fim do desmatamento até 2030 e pela transição energética justa.
Povos indígenas no centro das discussões da COP30
A bordo do Rainbow Warrior estavam lideranças indígenas brasileiras, como Dinamam Tuxá (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB), Cacique Megaron Txucarramãe (povo Kayapó), Angela Kaxuyana (Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB) e Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.
Durante a viagem até Belém, o Cacique Megaron destacou o simbolismo do encontro:
“Estamos juntos para garantir um futuro para as próximas gerações. As terras indígenas são a solução mais eficaz para proteger a natureza e enfrentar a crise climática.”
Já Angela Kaxuyana reforçou o papel das comunidades tradicionais no combate ao aquecimento global:
“Não há futuro possível sem os povos indígenas no centro das discussões. A resposta para a crise climática somos nós.”
Esperança e mobilização na Amazônia
Para Dinamam Tuxá, a chegada do Rainbow Warrior à Amazônia “simboliza a união entre as lutas globais e as lutas ancestrais”. Segundo ele, “a justiça climática só é possível com justiça para os territórios e respeito aos povos que protegem os biomas”.
O navio permanecerá ancorado no pier da Universidade Federal do Pará (UFPA), que inaugurou o novo Trapiche Ribeirinho em parceria com o Greenpeace e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).
De acordo com Carolina Pasquali, diretora do Greenpeace Brasil:
“As soluções reais para a crise climática estão no chão das florestas, nos territórios e na sabedoria dos povos tradicionais. Os líderes da COP30 precisam ouvir essas vozes e transformar esperança em ação.”
Símbolo do ativismo ambiental global
O Rainbow Warrior III, atualmente em missão na Amazônia, é o terceiro navio da frota ativista do Greenpeace. Construído com apoio de mais de 100 mil doadores, foi inaugurado em 2011, durante os 40 anos da organização. Desde então, já percorreu mais de 322 mil quilômetros, passando por 55 países em ações pacíficas em defesa do meio ambiente — do Ártico à Amazônia.
Reconhecido como um ícone global da luta ambiental, o navio representa a resistência e coragem de movimentos que buscam alternativas sustentáveis e denunciam práticas destrutivas contra os ecossistemas.
COP30 e o desafio de manter viva a meta de 1,5°C
Durante o evento em Belém, o Greenpeace apresentou um documento com suas demandas oficiais para a COP30, destacando a necessidade de eliminar o uso de combustíveis fósseis e proteger florestas tropicais.
Segundo Pasquali, a conferência precisa ser um marco histórico:
“Os líderes presentes na COP30 devem avançar na eliminação dos fósseis, garantir financiamento climático justo e manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.”
O documento completo com as propostas do Greenpeace está disponível no site oficial da organização (greenpeace.org/brasil).
Sobre o Greenpeace Brasil
Fundado em 1992, o Greenpeace Brasil é uma organização sem fins lucrativos que atua em defesa do meio ambiente e dos direitos das comunidades que dependem dele. Ao longo de mais de três décadas, a entidade se destacou por campanhas contra o desmatamento, a poluição e a exploração predatória dos recursos naturais.

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