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Tornado no Paraná deixa seis mortos e destruição

Ciclone extratropical deixa seis mortos e centenas de feridos no Paraná. Tornado em Rio Bonito do Iguaçu destrói metade da cidade.

Tornado no Paraná
Ventos de até 250 km/h devastam municípios do Paraná e deixam centenas de feridos. Foto: Reprodução

RIO BONITO DO IGUAÇU (PR) — Os efeitos do ciclone extratropical que se formou na região Sul do país entre a tarde de sexta-feira (7) e a madrugada deste sábado (8) provocaram ao menos seis mortes no Paraná e deixaram um rastro de destruição em diversos municípios. As regiões oeste, sudoeste e centro-sul foram as mais afetadas, segundo informações da Defesa Civil Estadual.

Tornado destrói metade de Rio Bonito do Iguaçu

O município de Rio Bonito do Iguaçu, no sudoeste do estado, foi o mais atingido. Um tornado de categoria F2, com ventos estimados entre 180 e 250 km/h, foi confirmado pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

A tempestade provocou cinco mortes na cidade — três homens, de 49, 57 e 83 anos; uma mulher de 47; e uma adolescente de 14. Outras 400 pessoas precisaram de atendimento médico ou resgate, segundo o governo estadual, e nove estão em estado grave.

O Corpo de Bombeiros informou que cidades vizinhas, como Laranjeiras do Sul, a 17 quilômetros de Rio Bonito, estão acolhendo parte das vítimas. Ainda há suspeita de pessoas desaparecidas sob escombros.

Metade da zona urbana do município foi destruída, com carros tombados, casas destelhadas, postes derrubados e graves danos à infraestrutura. A malha viária também foi comprometida.

“Equipes da Copel trabalham em um plano para energizar a parte menos afetada da cidade. Até a manhã deste sábado, 10% de Rio Bonito do Iguaçu havia sido religado”, informou o governo estadual em nota.

Guarapuava também registra morte

Em Guarapuava, outro município do centro-sul paranaense, um homem de 53 anos morreu na zona rural. O governo estadual decretou estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu e em outras localidades afetadas.

Danos em escolas e suspensão do Enem

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná anunciou a suspensão das provas do Enem 2025 no município de Rio Bonito do Iguaçu. Os colégios estaduais Ludovica Safraider e Ireno Alves, que serviriam como locais de prova, sofreram danos estruturais e passam por vistoria.

De acordo com o Inep, os candidatos prejudicados terão direito à reaplicação do exame, em data a ser definida após avaliação das condições locais.

Cidades vizinhas sofrem com vendavais e chuvas intensas

Além de Rio Bonito e Guarapuava, a Defesa Civil registrou estragos nos municípios de Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Três Barras, Guaraniaçu e Foz do Iguaçu.

Os ventos também atingiram o oeste catarinense, onde cidades como Itá, Itapiranga, Jorge Lacerda, Xanxerê e Chapecó registraram rajadas de até 108 km/h e chuvas superiores a 100 mm em 24 horas. Moradores relataram queda de granizo, destelhamentos e árvores derrubadas.

O fenômeno está relacionado à atuação do sistema meteorológico de baixa pressão que provocou a formação do ciclone extratropical sobre o Sul do país, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina.

Investigações sobre a força do tornado

O Simepar analisa se as rajadas de vento em Rio Bonito do Iguaçu podem ter ultrapassado a marca de 250 km/h, o que elevaria o evento à categoria F3 na escala Fujita, caracterizando ventos entre 250 e 330 km/h.

Reação das autoridades

O governador Ratinho Junior (PSD) assinou decreto reconhecendo o estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, que possui cerca de 14 mil habitantes, conforme o IBGE.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou solidariedade às vítimas em uma publicação nas redes sociais.

“Quero expressar meu profundo sentimento a todas as famílias que perderam seus entes queridos no tornado em Rio Bonito do Iguaçu e em Guarapuava, no Paraná. E prestar minha solidariedade a todas as pessoas que foram afetadas”, escreveu.

Lula também informou que uma equipe federal composta por representantes dos Ministérios da Saúde e da Integração e Desenvolvimento Regional, liderada pela ministra Gleisi Hoffmann, está sendo deslocada para a região.

Apoio humanitário e reconstrução

Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Copel continuam atuando para restabelecer serviços essenciais, desobstruir vias e identificar famílias desabrigadas. Abrigos temporários foram montados para acolher moradores que perderam suas casas.

Entidades civis e organizações humanitárias também iniciaram campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene para as vítimas.

Contexto climático

Especialistas alertam que eventos climáticos extremos, como o registrado no Paraná, podem se tornar mais frequentes em razão das mudanças climáticas globais. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o aumento da temperatura média da atmosfera intensifica a formação de tempestades severas e ciclones extratropicais na América do Sul.

O ciclone extratropical que atingiu o Paraná e Santa Catarina deixou um cenário de destruição e luto. Com seis mortos confirmados, centenas de feridos e milhares de desabrigados, as autoridades seguem mobilizadas para prestar socorro e reconstruir as áreas afetadas. As investigações sobre a força dos ventos continuam, enquanto o estado tenta se recuperar dos impactos devastadores da tragédia climática.

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