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Lula comemora isenção de Imposto de Renda e justiça tributária

Lula celebra a aprovação no Senado da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e defende justiça tributária.

Lula
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante roda de conversa com moradores das comunidades ribeirinhas da Floresta Nacional do Tapajós. Floresta Nacional do Tapajós. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou, na noite desta quarta-feira (5), a aprovação no Senado, por unanimidade, do Projeto de Lei 1087/2025, que isenta do Imposto de Renda (IR) pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil e aumenta a tributação sobre altas rendas. A medida, segundo o governo, busca promover maior equilíbrio fiscal e justiça social.

A proposta, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados em outubro, segue agora para sanção presidencial. Segundo a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a sanção deve ocorrer até 11 de novembro, permitindo que as novas regras entrem em vigor a partir de janeiro de 2026.

Benefício para 25 milhões de brasileiros

O governo estima que cerca de 25 milhões de contribuintes serão beneficiados diretamente pela isenção do IR até R$ 5 mil mensais, enquanto outros 200 mil terão aumento na tributação, especialmente entre as faixas de renda mais altas e investidores com grandes lucros e dividendos.

De acordo com dados do Ministério da Fazenda, a mudança na tabela representa uma das maiores correções da faixa de isenção da história do país. O impacto fiscal será compensado por uma maior contribuição das rendas mais elevadas, especialmente de quem ganha acima de R$ 600 mil por ano.

Declarações de Lula: “Um país mais justo”

Em pronunciamento nas redes sociais, o presidente Lula classificou a aprovação do projeto como “um dia histórico”.

“Demos um passo decisivo para um país mais justo, com um sistema tributário equilibrado que reconhece o esforço de todos que ajudam a construir o Brasil”, afirmou.

Lula também agradeceu o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do relator da proposta, senador Renan Calheiros (MDB-AL), destacando o consenso construído entre as lideranças partidárias.

“Quem ganha muito vai contribuir com a sua justa parte. O nome disso é justiça tributária”, completou o presidente.

Detalhes do Projeto de Lei 1087/2025

Encaminhado pelo governo ao Congresso em março de 2025, o PL 1087/2025 altera a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e cria novos mecanismos de tributação progressiva sobre rendas mais altas.

Entre os principais pontos estão:

Isenção total para quem ganha até R$ 5 mil mensais;
Redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350;
Nova alíquota mínima de IR para rendimentos a partir de R$ 600 mil anuais, com progressão até 10% para ganhos acima de R$ 1,2 milhão por ano;
Tributação de 10% sobre lucros e dividendos superiores a R$ 50 mil mensais pagos a uma mesma pessoa física.

Segundo o texto, a incidência do imposto sobre dividendos valerá apenas a partir de janeiro de 2026. Distribuições aprovadas até 31 de dezembro de 2025 não serão afetadas.

Repercussões políticas e econômicas

A aprovação unânime foi vista como um raro consenso político no Congresso Nacional. Parlamentares de diferentes partidos elogiaram o diálogo entre governo e oposição.

O senador Eduardo Gomes (PL-TO), um dos autores de emendas acatadas pelo relator, afirmou que a medida “atende a um anseio antigo da sociedade” e demonstra “maturidade institucional”. Já Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que “a proposta reequilibra a carga tributária sem aumentar o peso sobre os mais pobres”.

Economistas, no entanto, ainda analisam os impactos fiscais. O tributarista Bernardo Appy, secretário de Reforma Tributária, afirmou que o ajuste busca corrigir distorsões históricas no sistema. Segundo ele, “é natural que haja um período de adaptação, mas o efeito distributivo será positivo”.

Especialistas em contas públicas avaliam que o aumento da tributação sobre grandes rendas e dividendos pode compensar parte da perda de arrecadação com a isenção das faixas mais baixas. O governo também projeta um aumento na formalização do trabalho e maior poder de consumo entre as famílias beneficiadas.

Reações da sociedade e próximos passos

A proposta foi bem recebida por centrais sindicais e entidades de classe. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) considerou a medida “um avanço na valorização do salário e na redistribuição de renda”. Já o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) alertou para a necessidade de monitorar os impactos nas receitas estaduais e municipais, que recebem parte da arrecadação do IR.

Caso seja sancionada sem vetos até 11 de novembro, a nova tabela e as alíquotas progressivas passarão a valer em 1º de janeiro de 2026.

O PL 1087/2025 marca um novo capítulo na política fiscal brasileira. Ao isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil e aumentar a taxação sobre rendas mais altas, o governo Lula busca promover justiça tributária e redução da desigualdade.

Enquanto especialistas projetam efeitos positivos na distribuição de renda, a implementação exigirá acompanhamento rigoroso para equilibrar as contas públicas e garantir sustentabilidade fiscal a longo prazo.

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