A expansão da RNEST reforça a soberania energética do Brasil com novos investimentos, aumento da capacidade de refino e geração de empregos no Nordeste.
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| Presidente Lula e outras autoridades durante cerimônia alusiva à ampliação da capacidade operacional da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). Foto: Ricardo Stuckert / PR |
A Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada em Ipojuca (PE), foi palco, nesta terça-feira (2), de um dos principais eventos do setor energético em 2025. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da cerimônia que marca o avanço do projeto de expansão da capacidade operacional da refinaria, considerada a mais moderna da Petrobras. O evento reuniu autoridades federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores e representantes da empresa.
A ampliação da RNEST simboliza a retomada das obras iniciadas há mais de uma década e reforça o compromisso do governo com a soberania energética e a autossuficiência em combustíveis. Segundo Lula, o aumento da capacidade de processamento da refinaria fortalece o papel estratégico da Petrobras como patrimônio nacional. “A gente voltou para dizer: a gente vai fazer a Petrobras continuar servindo ao Brasil. Fazer isso aqui é apenas a demonstração de que esse país é soberano e tem na Petrobras a sua mais importante empresa”, afirmou o presidente durante a cerimônia.
Investimentos e retomada do refino nacional
Com investimento previsto de R$ 12 bilhões para conclusão do Trem 2 e modernização do Trem 1, a expansão da RNEST deve acrescentar 130 mil barris por dia à capacidade atual da refinaria. A estimativa da Petrobras é que, ao final do projeto, em 2029, a unidade alcance 260 mil barris diários, fortalecendo o parque nacional de refino e reduzindo a necessidade de importação de derivados.
O presidente destacou que, ao longo de anos, a construção da RNEST foi alvo de críticas e dúvidas sobre sua relevância. No entanto, para Lula, a conclusão das obras confirma a importância estratégica do empreendimento. “Durante vários anos, eu fui acusado de que estava fazendo uma obra desnecessária ao país. Hoje, mostramos que o Brasil precisa investir em sua soberania energética”, disse.
A presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a expansão da RNEST é fundamental para a competitividade e para o desenvolvimento do país. Segundo ela, quando concluída, a refinaria poderá atender a 17% da demanda nacional de diesel. “Aumentamos a produção do Brasil em um ano em 11%. Isso representa mais de 500 mil barris por dia. A RNEST é parte essencial desse crescimento”, destacou.
Diesel S-10 e derivados entre as prioridades da expansão
Um dos principais ganhos da expansão é o aumento significativo da produção de Diesel S-10, combustível de baixo teor de enxofre e indispensável para veículos mais modernos e menos poluentes. A refinaria deverá acrescentar 88 mil barris por dia desse derivado, além de elevar a oferta de gasolina, GLP e nafta.
Esses avanços contribuem diretamente para a autonomia do país no setor de combustíveis. A Petrobras enfatiza que o projeto segue padrões internacionais de sustentabilidade, com tecnologias de menor impacto ambiental, maior eficiência energética e otimização do uso de água.
Plano Estratégico e transição energética
Durante o evento, Magda Chambriard também apresentou pontos do Plano Estratégico 2026–2030, que prevê investimentos de US$ 109 bilhões nos próximos cinco anos. As ações incluem exploração e produção no Pré-Sal, modernização do parque de refino e expansão da infraestrutura logística.
Além disso, foi assinado o contrato para implantação de uma usina fotovoltaica na RNEST, com investimento estimado em R$ 80 milhões. A unidade terá capacidade de 12 megawatts — suficiente para abastecer uma cidade de 50 mil habitantes — e permitirá reduzir o consumo de gás natural da refinaria, liberando o insumo para o mercado.
Segundo Magda, a Petrobras está preparada para liderar uma transição energética justa, combinando o aumento da produção de petróleo com investimentos em fontes limpas. “O DNA da Petrobras é de superação”, afirmou.
Impacto social e geração de empregos
A expansão da RNEST também tem impacto direto na geração de postos de trabalho. A expectativa é que o Trem 2 gere cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos durante a construção, dos quais 5.700 já estão em atividade.
A Petrobras mantém ainda projetos socioambientais e culturais que beneficiam 29 comunidades do entorno. Um dos destaques é o Programa Autonomia e Renda Petrobras, que oferece cursos gratuitos de qualificação profissional. Até novembro de 2025, foram disponibilizadas 3.080 vagas, com 777 alunos formados.
Para Suzana Maria da Silva, funcionária beneficiada pelo programa, a iniciativa mudou sua trajetória. “Nunca tive a oportunidade de fazer um curso. Hoje faço vários. A Petrobras deu oportunidade para quem não tinha condições de pagar”, relatou.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ressaltou o impacto social das oportunidades geradas pelas obras. “Cada trabalhador aqui tem uma história de superação. Muitos voltaram a estudar, conseguiram emprego e reconstruíram suas vidas”, afirmou.
Visão dos governos estadual e federal
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, enfatizou que a expansão da RNEST reforça o papel do estado no cenário energético nacional. Para ela, a conclusão das obras é símbolo de desenvolvimento regional. “Obras paralisadas há muito tempo hoje viram realidade em Pernambuco. Obrigado, presidente, por não desistir da refinaria”, afirmou.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também destacou a importância da expansão para a segurança energética do país. Para ele, a ampliação do refino nacional reduzirá a dependência de importações e contribuirá para o superávit na produção de GLP.
Impacto regional mais amplo
O prefeito do Recife, João Campos, afirmou que os investimentos na RNEST ultrapassam os limites de Ipojuca, alcançando todo o estado. “Isso significa oportunidade, emprego, renda, e mostra que o Nordeste é parte da solução do Brasil”, disse.
A expansão da RNEST representa um marco estratégico para o Brasil. Com investimentos robustos, foco na transição energética, aumento da capacidade de refino e impacto social positivo, o projeto consolida a refinaria como peça-chave na busca pela soberania energética.
A cerimônia em Ipojuca reforçou o papel da Petrobras como motor de desenvolvimento nacional e destacou a importância da continuidade dos investimentos para garantir autonomia, geração de empregos e crescimento sustentável no país.
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