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Boulos assume ministério e PSOL mira eleição 2026

Mesmo nomeado ministro, Guilherme Boulos mantém compromisso com governo e PSOL já traça cenários para 2026.

Boulos
PSOL avalia Boulos para vaga no Senado-SP, enquanto o novo ministro foca na interlocução governamental. Foto: Divulgação

Na segunda-feira (20 de outubro de 2025), o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a nomeação de Guilherme Boulos (PSOL-SP) como ministro-chefe da Secretaria‑Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo (PT-SE). A nomeação insere o PSOL de forma mais direta no núcleo do governo e abre caminho para que o partido trace seus próximos passos rumo às eleições de 2026. 

Boulos, eleito deputado federal em 2022 como o mais votado entre os candidatos de São Paulo, acumulou mais de 1 milhão de votos, segundo dados oficiais.  Com histórico de militância no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e duas candidaturas majoritárias — à presidência em 2018 e à prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024 —, ele assume agora uma função central na articulação entre governo, sociedade civil e movimentos sociais.

A pasta da Secretaria-Geral da Presidência é considerada estratégica: está diretamente ligada ao Palácio do Planalto, lidando com a interlocução com os movimentos sociais e organizações da sociedade civil. A nomeação revela, portanto, não apenas uma movimentação de cargos, mas uma aposta política para fortalecer alianças e preparar terreno para a disputa de 2026.

Compromisso de permanência e impacto eleitoral

Segundo fontes próximas ao governo, Boulos assumiu o compromisso de permanecer no cargo até o fim do terceiro mandato de Lula, o que sugere que ele abriria mão de concorrer em 2026 caso se mantenha no governo conforme o acordo. Essa condição teria implicações diretas para o partido: a permanência de Boulos na estrutura de governo impediria sua candidatura imediata, mas manteria seu protagonismo e o papel de construção política para o PSOL.

Essa condição abre uma dualidade para o PSOL: por um lado, há o engajamento institucional com o governo; por outro, o partido precisa pensar em sua projeção eleitoral e quais vagas disputar — inclusive para o Senado ou para cargo majoritário estadual. O fato de Boulos ter assinado esse compromisso implica que o foco, ao menos inicialmente, será a atuação governamental e não a competição imediata por mandato eletivo.

O sonho do PSOL para 2026

Apesar do acordo de permanência governamental, o PSOL já vislumbra possibilidades eleitorais envolvendo Boulos. Uma das hipóteses em análise é a sua candidatura ao Senado pelo estado de São Paulo — numa aliança em apoio à reeleição de Lula — com o objetivo de reforçar o palanque no estado e ampliar as forças progressistas na Casa. Essa avaliação parte da constatação de que o PSOL poderia ocupar uma vaga estratégica, desde que o contexto eleitoral e as alianças permitam.

Porém, segundo interlocutores do governo, a tendência mais forte no momento aponta para que a segunda vaga de senador da base aliada a Lula seja ocupada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) está entre os nomes cotados para essa posição, abrindo menos espaço para o PSOL com Boulos. Ainda assim, o partido segue mobilizado internamente para manter sua relevância no estado e na federação governista.

Pontos de vista diversos

Visão do PSOL: Para o PSOL, a chegada de Boulos ao ministério representa uma oportunidade de consolidar presença institucional, articulação com movimentos sociais e visibilidade nacional. Eleito com grande votação em 2022, ele é visto como um dos nomes mais expressivos da esquerda brasileira atualmente. O partido acredita que essa plataforma pode servir como trampolim para futuros cargos, inclusive no Senado.

Visão do governo Lula: Do ponto de vista do governo, a nomeação reforça a estratégia de manter a base aliada engajada e fortalecer o vínculo com movimentos sociais. A movimentação política indica a preparação ativa para 2026, tanto em termos de cargos quanto de alinhamento ideológico. A escolha de Boulos também serve como sinal para setores progressistas de que o governo pretende permanecer próximo da militância social e de agendas populares.

Visão da oposição e do mercado político: Já para a oposição, a movimentação pode ser vista como tentativa de cooptar ou neutralizar lideranças mais radicais da esquerda. Há também questionamentos sobre como essa articulação com movimentos sociais será retratada pelo eleitorado mais moderado ou por setores empresariais. Para analistas, a aposta no PSOL funciona se houver manutenção de governabilidade e moderação nas pautas; caso contrário, pode gerar desgaste ou fragmentação da base.

Dados e limites

Dados concretos sobre o futuro eleitoral de Boulos ainda são preliminares — não há decisão formal sobre sua candidatura ou sobre qual cargo disputaria em 2026. O compromisso de permanência até o fim do mandato de Lula depende de o ministro manter a confiança do chefe de governo e das circunstâncias políticas não se alterarem drasticamente. Tampouco está oficializado qual será a vaga que o PSOL pleiteará no Senado ou mesmo se o partido entrará em uma aliança majoritária com o PT e demais siglas da base.

Possíveis cenários para 2026

  • Cenário A: Boulos permanece no ministério até o fim do mandato de Lula e, por conta desse compromisso, não concorre em 2026. O PSOL, nesse caso, aposta em outro nome para o Senado ou aguarda 2030 para lançar candidatura própria.

  • Cenário B: O governo e o partido revogam ou ajustam o acordo, e Boulos concorre ao Senado ou mesmo à Câmara, reforçando o projeto eleitoral do PSOL no estado de São Paulo.

  • Cenário C: A aliança governista opta pelo PSB para a vaga no Senado em São Paulo, e o PSOL assume papel de apoio institucional ou prepara outro nome para a disputa.

A nomeação de Guilherme Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência marca um movimento estratégico tanto para o governo de Lula quanto para o PSOL. O partido, embora comprometido com a permanência de seu líder no governo, já vislumbra uma disputa eleitoral em 2026, com mira no Senado de São Paulo. O equilíbrio entre participação institucional e ambição eleitoral será o teste chave nos próximos meses. Em resumo, enquanto Boulos organiza a base social e assume papel ministerial, o PSOL trabalha para traduzir essa atuação em vantagem política — permanecendo atento ao jogo de alianças e à dinâmica da próxima eleição.

Se quiser, posso levantar projeções eleitorais para 2026 envolvendo o PSOL e os diferentes cenários no Senado ou na Câmara.

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