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Paulo Câmara deixa BNB e retorna em janeiro

Ex-governador de Pernambuco deixa o cargo por cumprimento do Estatuto do Banco do Nordeste.

Paulo Câmara
Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara. Foto: Fernando Cavalcante

O Banco do Nordeste confirmou, na noite desta terça-feira (21), a saída de Paulo Henrique Saraiva Câmara da presidência da instituição. A mudança ocorre em cumprimento ao Estatuto Social do banco e à Lei nº 6.404/76, que rege as sociedades anônimas no Brasil.

Em comunicado oficial, o BNB informou o encerramento do prazo de gestão de Paulo Câmara, que foi estendido até a data de hoje. O texto destaca que a transição está “em consonância com o artigo 30, §7º, do Estatuto Social do Banco”, reforçando que se trata de um procedimento administrativo regular.

Wagner Rocha assume presidência interina

Com a saída de Paulo Câmara, o atual diretor Financeiro e de Crédito, Wagner Rocha, passa a acumular, de forma interina, a presidência do Banco do Nordeste. A medida permanecerá válida até janeiro de 2026, quando o ex-governador de Pernambuco deverá reassumir o comando da instituição.

Segundo o banco, a interinidade visa garantir continuidade administrativa e estabilidade operacional. Rocha já integrava a diretoria executiva e é servidor de carreira com experiência consolidada no setor financeiro e na estrutura do BNB.

Recondução de diretores e gestão 2025–2027

Na mesma decisão, o Conselho de Administração do Banco do Nordeste também confirmou a recondução dos membros da Diretoria Executiva para o novo ciclo de gestão, que vai de 2025 a 2027. Foram mantidos nos cargos:

  1. Ana Teresa Barbosa de Carvalho,

  2. Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior,

  3. José Aldemir Freire,

  4. Leonardo Victor Dantas Cruz,

  5. e Wagner Rocha.

As posses formais dos diretores deverão ocorrer em até 30 dias, conforme prevê o regimento interno da instituição.

Razões legais e cumprimento do Estatuto

A substituição de Paulo Câmara atende ao artigo 150, §4º, da Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76), que estabelece o encerramento dos mandatos de administradores ao término do exercício social, salvo renovação expressa. O artigo 30, §7º, do Estatuto Social do BNB reforça essa determinação, exigindo o cumprimento formal de prazos e reconduções.

Especialistas em governança corporativa explicam que a medida garante transparência e conformidade institucional, especialmente em bancos públicos federais. Essa prática assegura a regularidade dos processos de nomeação e a preservação da credibilidade da instituição junto ao mercado.


Paulo Câmara
Paulo Câmara fala da Chamada Nordeste durante a COP Nordeste, em Fortaleza. Foto: Fernando Cavalcante

Histórico e trajetória de Paulo Câmara no Banco do Nordeste

Ex-governador de Pernambuco (2015–2022), Paulo Câmara foi nomeado presidente do Banco do Nordeste em março de 2023, por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À época, seu nome chegou a ser cotado para integrar o primeiro escalão do governo federal, mas o ex-governador acabou assumindo o comando do banco regional, responsável por fomentar o desenvolvimento econômico sustentável do Nordeste.

Durante sua gestão, Câmara destacou-se por ampliar as linhas de crédito para pequenos e médios empreendedores, além de fortalecer programas de microfinanças urbanas e rurais. Também promoveu a digitalização de processos e o aumento da capilaridade dos financiamentos voltados a energias renováveis e agricultura familiar.

Importância estratégica do Banco do Nordeste

Criado em 1952, o Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) é considerado o principal agente de desenvolvimento regional do país. A instituição atua em 11 estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, oferecendo crédito produtivo, financiamento a projetos sustentáveis e incentivo à inovação.

O BNB é também o gestor do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que movimenta bilhões de reais anualmente em apoio a empreendimentos e infraestrutura. De acordo com o último balanço divulgado, o banco registrou crescimento no volume de contratações de crédito em 2024, mesmo diante de um cenário econômico desafiador.

Expectativas para o retorno de Câmara em 2026

Com o retorno de Paulo Câmara previsto para janeiro de 2026, a expectativa é de que o ex-governador retome a agenda de modernização administrativa e expansão das linhas de crédito verdes. Fontes internas afirmam que o planejamento estratégico do BNB, iniciado em sua gestão, continuará sendo implementado pela equipe técnica.

Já o presidente interino Wagner Rocha deve manter o foco na continuidade das operações financeiras e no acompanhamento das metas de desempenho até a posse definitiva da nova diretoria.

A saída temporária de Paulo Câmara da presidência do Banco do Nordeste ocorre em cumprimento a exigências legais e estatutárias, sem ruptura na gestão da instituição. A nomeação interina de Wagner Rocha assegura a estabilidade do banco até a conclusão do processo de recondução da diretoria executiva, prevista para o início de 2026.

O Banco do Nordeste segue, assim, com sua missão de promover o desenvolvimento sustentável da região, mantendo o foco em políticas públicas de crédito, inclusão e inovação.

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