Governadora Raquel Lyra se reúne com Dilma Rousseff em Xangai para oficializar empréstimo de R$ 1,1 bilhão via Banco dos BRICS para saneamento em Pernambuco.
![]() |
Raquel Lyra agradece a ex-presidente Dilma Rousseff pela parceria na missão internacional que passa pela Dinamarca. Foto: Divulgação |
Em Xangai, na China, nesta quarta-feira (22), a governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, se reuniu com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como banco dos BRICS, Dilma Rousseff, para tratar de projetos de abastecimento de água e saneamento no estado. Trata-se de uma das etapas da missão internacional de Lyra, que depois segue para a Dinamarca.
O NDB foi criado para apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países-membros do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A instituição já aprovou diversos financiamentos internacionais voltados para água, saneamento, infraestrutura social e ambiental. Por exemplo, no Brasil, a presidenta Dilma declarou que os desembolsos do NDB somam cerca de US$ 4 bilhões — equivalente a cerca de 18% do total realizado pelo banco.
Para Pernambuco, a relevância desse tipo de financiamento está ligada à necessidade de investimentos em redes de água e esgoto que enfrentam desafios de cobertura, abastecimento intermitente e necessidade de modernização. Conforme relatório do próprio NDB, o projeto intitulado “Pernambuco Water and Sanitation Efficiency and Expansion Project” está avaliado em torno de BRL 1,1 bilhão e será executado ao longo de cinco anos a partir de 2023.
O que foi anunciado
Durante o encontro, Raquel Lyra destacou que a operação de crédito no valor de R$ 1,1 bilhão, assinada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em julho de 2024, será aplicada em obras de abastecimento de água, saneamento básico e conclusão de adutoras em diversas regiões do estado. A operação foi articulada entre o governo estadual, a União e a instituição financeira internacional. Esta foi a primeira vez que a Compesa contrata empréstimo de escala internacional desse tipo.
Segundo o governo estadual, o financiamento visa, entre outros objetivos, eliminar ou minimizar rodízios no abastecimento de água, ampliar o calendário de oferta e dar cumprimento às metas do Marco Legal do Saneamento que exige que as companhias de água e esgoto alcancem 99% de abastecimento e 90% de esgoto tratado até 2033.
Várias perspectivas
Detalhes técnicos e metas
-
O valor contratado: R$ 1,1 bilhão pela Compesa junto ao NDB.
-
Prazo estimado de execução: cinco anos a partir de 2023.
-
Objetivos principais: expandir a rede de abastecimento de água, reduzir a intermitência no fornecimento, ampliar a cobertura de esgoto.
-
Região de cobertura: todo o Estado de Pernambuco, com ênfase em municípios afetados por rodízios ou rede insuficiente.
Missão internacional e articulação política
A reunião em Xangai faz parte de uma missão internacional da governadora Raquel Lyra, que após a China seguirá para a Dinamarca — onde cumprirá agendas em Copenhague e Sønderborg focadas em energia, sustentabilidade, logística e parcerias para o porto de Suape. Nesse sentido, o encontro com Dilma Rousseff e o NDB é apresentado como mais um passo estratégico de articulação externa para trazer recursos e parcerias para Pernambuco.
O papel do financiamento internacional
A entrada de um banco multilateral como o NDB reforça a diversificação das fontes de financiamento para estados e companhias brasileiras. Isso pode oferecer prazos diferenciados, juros possivelmente menores e monitoramento internacional — vantagens que podem compensar a complexidade adicional. No entanto, exige acompanhamento e compromisso. Conforme histórico, o NDB já realizou desembolsos e aprovou projetos no Brasil — por exemplo, US$ 202 milhões para o projeto de água e saneamento em Pernambuco.
Em resumo, o encontro entre Raquel Lyra e Dilma Rousseff em Xangai marca um passo significativo para o financiamento de saneamento e abastecimento de água em Pernambuco. O empréstimo de R$ 1,1 bilhão via NDB abre caminho para obras estruturadoras que poderão beneficiar milhões de habitantes. Apesar das perspectivas positivas, a execução efetiva, o controle técnico-social e o cumprimento de metas permanecem como desafios a serem monitorados. O acompanhamento contínuo será essencial para que esse recurso internacional realmente se traduza em melhorias tangíveis para a população pernambucana.
0 Comentários