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EUA retiram tarifas e Alckmin vê avanço nas negociações

Brasil vê avanço nas negociações após a nova ordem que reduz tarifas dos EUA sobre produtos agrícolas, ampliando exportações e fortalecendo o diálogo bilateral.

Alckmin
Alckmin diz que Brasil seguirá negociando para eliminar tarifas remanescentes, incluindo o café. Foto: Divulgação

A nova ordem executiva do governo dos Estados Unidos, publicada em 14 de novembro, retirou tarifas adicionais de 10% sobre parte dos produtos agrícolas importados, incluindo itens relevantes da pauta brasileira. A medida foi destacada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que avaliou o anúncio como “positivo e na direção correta”.

O tema ganhou atenção pela sua importância para o Brasil, que busca ampliar sua competitividade no mercado norte-americano em meio às negociações bilaterais envolvendo tarifas e barreiras comerciais.

Ordem dos EUA retira tarifas adicionais e favorece produtos brasileiros

Segundo Alckmin, a decisão representa um passo relevante nas conversas entre os dois países. Ele destacou que o produto mais beneficiado foi o suco de laranja, atualmente o nono item mais exportado pelo Brasil aos Estados Unidos. Com a nova ordem, a tarifa adicional sobre o produto foi reduzida a zero.

“A última ordem executiva do presidente americano Donald Trump foi positiva, à medida que retirou a alíquota adicional para as exportações. O suco de laranja foi o mais beneficiado”, afirmou o vice-presidente.

De acordo com dados citados por Alckmin, as exportações de suco de laranja somam US$ 1,2 bilhão, e a retirada da tarifação adicional fortalece o setor, especialmente em um momento de crescente demanda internacional.

Além do suco de laranja, outros produtos também foram beneficiados, como café, carne bovina, sucos de frutas e frutas in natura, incluindo açaí, goiaba, abacaxi e banana.

Aumento da fatia sem tarifa voluntária

O vice-presidente reforçou que a ordem executiva ampliará a participação das exportações brasileiras não sujeitas à tarifa adicional. O percentual passou de 23% para 26%, o que representa um salto de US$ 9,4 bilhões para US$ 10,3 bilhões em valores de 2024.

Esse movimento ocorre em meio a negociações intensas entre Brasília e Washington. Alckmin destacou a importância do diálogo recente entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, bem como o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Café segue com tarifa alta, mas Brasil tenta avançar na renegociação

Um dos pontos mais sensíveis nas negociações permanece sendo o café, que continua sujeito a uma alíquota de 40%. Alckmin classificou a tarifa como “injustificada”, considerando que o Brasil é o maior fornecedor de café arábica aos Estados Unidos.

“No caso do café, ainda é alta. Não há sentido. Mas estamos avançando gradualmente”, afirmou. “Há uma distorção que precisa ser corrigida para melhorar a competitividade.”

O governo brasileiro deve insistir na pauta nos próximos encontros bilaterais, buscando alinhar interesses e fortalecer a relação comercial entre os países.

Crescimento das exportações brasileiras reforça cenário favorável

Em paralelo às negociações tarifárias, o comércio exterior brasileiro segue em expansão. Alckmin informou que, entre janeiro e outubro, as exportações atingiram US$ 290 bilhões, configurando um recorde histórico.

Somente no mês de outubro, houve crescimento de 9,1% nas vendas ao exterior, impulsionado por commodities agrícolas, produtos industrializados e diversificação de mercados. O vice-presidente também destacou que o Brasil alcançou cerca de 500 novos mercados e acordos comerciais, resultado da estratégia de internacionalização coordenada pelo governo.

Diplomacia econômica: encontros reforçam clima de cooperação

O chanceler Mauro Vieira também se reuniu com Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, no dia 13 de novembro, em Washington. O encontro ocorreu após conversas realizadas durante o G7 no Canadá.

Vieira afirmou que os norte-americanos demonstraram disposição para acelerar as tratativas comerciais. “Apresentamos nossas propostas. Agora aguardamos o retorno dos EUA”, disse o ministro.

Já o presidente Lula relatou nas redes sociais que sua reunião com Donald Trump, em Kuala Lumpur, foi “franca e construtiva”. Segundo ele, foi acordado que as equipes técnicas dos dois países trabalharão imediatamente para avançar em soluções para tarifas e sanções.

Perspectivas: Brasil e EUA mantêm diálogo para novas reduções tarifárias

A avaliação do governo brasileiro é de que a ordem executiva representa um sinal positivo da Casa Branca, mas ainda insuficiente para resolver todas as questões tarifárias pendentes. Em especial, o setor cafeeiro segue aguardando avanço.

Ainda assim, Alckmin demonstrou otimismo:

“O Brasil quer resolver, e resolver rápido. Estamos confiantes de que teremos novos avanços.”

Com a continuidade do diálogo diplomático e técnico, tanto o MDIC quanto o Ministério das Relações Exteriores acreditam que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos pode entrar em um ciclo de maior equilíbrio e previsibilidade.

A nova ordem executiva do governo dos Estados Unidos, que reduz tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros, representa um avanço importante para o comércio exterior do Brasil. O suco de laranja foi o principal beneficiado, mas outros setores também ganharam competitividade. O governo brasileiro, porém, segue negociando para reduzir tarifas remanescentes, incluindo a do café. Em meio a recordes de exportação e intensa atividade diplomática, Brasil e EUA parecem caminhar para novos acordos comerciais nos próximos meses.


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