Heloísa Helena defende CPI do Banco Master em discurso de posse e afirma que irregularidades devem ser investigadas no Congresso Nacional.
![]() |
| Heloísa Helena afirma que CPI deve investigar irregularidades no Banco Master. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados |
A deputada federal Heloísa Helena (Rede-RJ) tomou posse na Câmara dos Deputados e utilizou seu discurso para defender a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Banco Master. Em sua fala, a parlamentar afirmou que eventuais irregularidades no sistema financeiro devem ser apuradas pelo Congresso Nacional.
Durante o pronunciamento, Heloísa Helena destacou a importância da fiscalização e da transparência na atuação de instituições financeiras. Ao abordar o tema, afirmou que a investigação deve ocorrer sem distinções e sem proteção a interesses específicos.
“Quem for podre que se quebre”, declarou a deputada ao defender a apuração de responsabilidades.
Defesa de investigação no Congresso
No discurso de posse, Heloísa Helena afirmou que a CPI do Banco Master deve servir para esclarecer fatos e identificar possíveis irregularidades. A deputada ressaltou que o Parlamento tem o dever constitucional de fiscalizar e investigar situações que possam comprometer o interesse público.
A parlamentar não detalhou quais fatos específicos motivariam a CPI, mas defendeu que denúncias ou indícios devem ser analisados de forma transparente e dentro dos instrumentos legais disponíveis no Congresso Nacional.
Fiscalização do sistema financeiro
Ao defender a CPI, Heloísa Helena reforçou a necessidade de rigor na fiscalização do sistema financeiro. Segundo a deputada, instituições que atuam no mercado devem estar sujeitas a controle público e responsabilização, caso sejam constatadas irregularidades.
O tema da fiscalização bancária é recorrente em debates no Congresso, especialmente quando surgem questionamentos sobre a atuação de instituições financeiras e sua relação com órgãos reguladores.
O caso do Banco Master ganhou destaque em novembro de 2025 após uma operação da Polícia Federal que investigou a emissão de títulos de crédito falsos e outros possíveis crimes financeiros envolvendo instituições do sistema financeiro nacional. A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em vários estados do país no âmbito da chamada Operação Compliance Zero. Paralelamente, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, o que interrompeu as atividades da instituição e marcou sua saída do Sistema Financeiro Nacional.
Na sequência das ações, o dono do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos enquanto tentava embarcar para o exterior, conforme apurado pela reportagem. A liquidação extrajudicial significa que o Banco Central considerou a instituição insolvente ou em situação de graves irregularidades que comprometeram sua continuidade. Como parte do processo, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) confirmou que fará o pagamento das garantias previstas em lei aos credores após a consolidação dos dados dos depósitos e investimentos elegíveis.
O episódio também teve repercussões no mercado financeiro e na esfera pública: enquanto o Ministério da Fazenda informou que dará suporte ao Banco Central nas consequências da liquidação, o caso suscitou debates sobre segurança dos investimentos e regulação bancária. A liquidação do Banco Master representa um dos maiores eventos desse tipo na história recente do país, com um grande volume de credores e recursos envolvidos.
Retorno à Câmara Federal
A posse marca o retorno de Heloísa Helena ao Congresso Nacional. Filiada à Rede Sustentabilidade e eleita suplente pelo Rio de Janeiro, a deputada volta ao Parlamento após período de 18 anos fora do mandato federal.
Em seu discurso, a parlamentar concentrou-se na defesa de princípios como transparência, fiscalização e responsabilidade pública, sem anunciar projetos específicos para o início do mandato.
Postura política reafirmada
Ao longo da fala, Heloísa Helena reafirmou uma postura crítica e independente. A defesa da CPI foi apresentada como parte do papel fiscalizador do Legislativo, independentemente de interesses partidários ou econômicos.
A deputada não indicou alinhamento com blocos específicos do Congresso ao tratar do tema, limitando-se a defender a investigação como instrumento legítimo da atividade parlamentar.
As Comissões Parlamentares de Inquérito são previstas na Constituição Federal e têm como objetivo investigar fatos determinados por prazo certo. Para serem instaladas, dependem de requerimento com número mínimo de assinaturas de parlamentares.

0 Comentários