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A gestão ineficiente de Jeyson Falcão e o colapso político-administrativo em Primavera

Rompimento do atual prefeito Jeyson Falcão com a ex-prefeita Dayse Juliana e falhas administrativas agravam crise em Primavera.

Jeyson Falcão e Dayse Juliana
Prefeito de Primavera Jeyson Falcão oa lado da ex-prefeita Dayse Juliana com quem rompeu no ínicio da gestão. Foto: Divulgação

A gestão do prefeito Jeyson Falcão (PSB) em Primavera, iniciada em janeiro de 2025, já se revela um dos períodos mais conturbados da história recente do município. O que deveria ser uma continuidade política do grupo da ex-prefeita Dayse Juliana (PSB) tornou-se rapidamente um cenário de ruptura, instabilidade, denúncias de ineficiência e um evidente despreparo para conduzir a administração municipal. Desde os primeiros meses, Falcão mostrou que não tem experiência, articulação nem visão administrativa suficientes para ocupar o cargo que hoje exerce.

O que mais chama a atenção é a velocidade com que a aliança que o levou ao poder desmoronou. Indicado por Dayse Juliana como seu sucessor natural, Falcão foi eleito na expectativa de manter projetos, políticas e a estabilidade administrativa construída ao longo de anos. No entanto, em poucos dias após assumir, ele rompeu politicamente com a ex-prefeita, demonstrando não apenas ingratidão, mas também falta de habilidade para lidar com divergências internas. A política, especialmente em cidades pequenas, exige diálogo, maturidade e capacidade de construção — três elementos ausentes na condução atual da prefeitura.

O rompimento não foi apenas um gesto simbólico. Ele desencadeou uma crise política profunda, marcada por disputas internas, exonerações inesperadas e a perda progressiva de aliados. Dentro e fora da administração, a percepção é clara: Jeyson Falcão não soube liderar a transição nem manter o grupo unido. Ao invés disso, optou por criar um ambiente de instabilidade que se refletiu diretamente no funcionamento da máquina pública. Setores essenciais, como infraestrutura, saúde e assistência, passaram a apresentar sinais de desorganização, falta de planejamento e baixa execução de ações.

Um exemplo recente dessa falta de preparo é a notificação emitida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que cobrou da prefeitura a atualização completa do Portal da Transparência. A ausência de informações básicas sobre gastos públicos, contratos, licitações e ações municipais acendeu um alerta sobre a forma como a administração tem tratado a publicidade dos atos oficiais. O argumento apresentado pela gestão — a troca de plataforma digital — expõe ainda mais o improviso e a falta de planejamento que caracterizam a atual administração. Em qualquer governo minimamente organizado, mudanças de sistemas são feitas com transição responsável, sem comprometer a legalidade nem a transparência. Em Primavera, porém, até o básico está comprometido.

Mas a crise não é apenas administrativa; ela também é moral e política. Desde que assumiu, o prefeito passou a articular nos bastidores para que as contas da ex-prefeita Dayse Juliana sejam rejeitadas no próximo ano, quando ela pretende disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Esse movimento revela uma motivação política pouco ética e extremamente calculada: eliminar um possível nome competitivo para as eleições de 2026. Jeyson Falcão, ao invés de focar nos problemas reais do município, parece investir mais energia em manobras políticas destinadas a enfraquecer sua antecessora do que em melhorar a vida da população.

Trata-se de um comportamento preocupante por dois motivos. Primeiro, demonstra que o prefeito está mais preocupado com disputas pessoais e controle de poder do que com a governabilidade. Segundo, reforça a percepção de insegurança política que hoje domina o cenário local. Quando um prefeito coloca suas prioridades pessoais acima das demandas do município, a consequência é imediata: serviços públicos paralisados, decisões precipitadas e perda de credibilidade institucional.

A população de Primavera tem sentido na prática os efeitos dessa má gestão. Ruas deterioradas, falta de ações estruturais, comunicação desorganizada e ausência de planejamento são queixas constantes dos moradores. Servidores relatam dificuldades internas, falta de direcionamento e mudanças repentinas de comando que tornam o trabalho diário ainda mais complexo. Em setores estratégicos, como educação e saúde, a falta de planejamento ficou evidente nos primeiros meses de governo, com atrasos, descontinuidade de projetos e carência de materiais básicos.

Outro ponto que merece destaque é a falta de liderança política. Enquanto prefeitos experientes conseguem articular alianças, manter diálogos institucionais e lidar com divergências, Jeyson Falcão parece cada vez mais isolado. A ruptura com Dayse Juliana foi apenas o primeiro capítulo de uma sequência de afastamentos e desgastes que reduziram seu campo de apoio. Em poucos meses, o prefeito perdeu influência dentro do próprio partido, enfraqueceu sua relação com a Câmara Municipal e acendeu um alerta entre aliados que inicialmente acreditavam em sua capacidade de governar.

A sensação é de que Primavera está sendo conduzida por alguém sem preparo técnico, sem visão estratégica e, sobretudo, sem senso político. A administração pública não pode ser guiada por impulsos, mágoas pessoais ou disputas internas. Ela exige responsabilidade, planejamento e espírito público. Nada disso tem sido visto na atual gestão.

Enquanto isso, os problemas reais do município seguem sem solução. Atrasos em obras, ausência de projetos estruturais, baixa execução orçamentária e falhas em licitações compõem o retrato de um governo que patina desde o primeiro dia. A esperança de continuidade e estabilidade prometida durante a campanha se desfez rapidamente diante de um gestor que parece não compreender o tamanho da responsabilidade que assumiu.

A política local vive hoje uma tensão que poderia ter sido evitada com diálogo e maturidade. Ao invés de construir pontes, Jeyson Falcão optou por dinamitar relações e iniciar uma guerra política que desgasta a cidade e paralisa a gestão. O resultado é um governo fragilizado, marcado por polêmicas e ineficiência.

Em resumo, a gestão de Jeyson Falcão tem se mostrado despreparada, conflituosa e improdutiva. Primavera merece mais do que improviso e instabilidade. Merece um gestor que coloque os interesses da população acima de disputas pessoais e que compreenda a importância do diálogo, da transparência e da responsabilidade administrativa. Até que isso aconteça, o município continuará sofrendo os efeitos de um governo que, em vez de avançar, parece retroceder a cada dia.

A pergunta que não quer calar é: até quando Primavera vai suportar uma gestão marcada por conflitos, improviso e falta de preparo?

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