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Jaboatão e Estado unem forças contra avanço do mar

Parceria entre Governo de Pernambuco e Prefeitura busca conter o avanço do mar no litoral.

Mar de Jaboatão
Parceria entre Governo de Pernambuco e Prefeitura busca conter o avanço do mar no litoral.
Foto: Tarcísio Augusto

O município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, deu mais um passo na busca por soluções para conter o avanço do mar que ameaça sua orla. Em reunião realizada nesta terça-feira (7), o prefeito Mano Medeiros recebeu o secretário estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Daniel Coelho, para discutir medidas conjuntas de enfrentamento à erosão costeira.

O encontro, que ocorreu no Complexo Administrativo de Jaboatão, contou também com a presença do presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), José Anchieta dos Santos, além de equipes técnicas estaduais e municipais. Como resultado, foi decidido criar um grupo de trabalho técnico entre Estado e município, que deverá apresentar propostas concretas para os pontos críticos da orla afetados pela erosão. A próxima reunião está marcada para o dia 21 de outubro.

Erosão ameaça uma das orlas mais afetadas de Pernambuco

A orla de Jaboatão é considerada uma das áreas mais vulneráveis ao avanço do mar em Pernambuco. Nos últimos anos, a força das marés provocou perda significativa da faixa de areia, destruição de calçadões e risco a imóveis e estabelecimentos comerciais.

De acordo com especialistas da CPRH, o fenômeno da erosão costeira é resultado de múltiplos fatores, incluindo mudanças climáticas, ações humanas desordenadas na costa e redução natural de sedimentos que alimentam as praias. Esse cenário tem levado diversos municípios litorâneos a buscarem soluções conjuntas com o Estado e o Governo Federal.

Prefeito destaca importância da parceria institucional

O prefeito Mano Medeiros ressaltou a relevância da parceria entre as esferas municipal e estadual.

“O apoio do Estado é fundamental para recuperarmos a orla de Jaboatão. Estamos todos empenhados em garantir que a população tenha lazer nas praias, que o turismo se fortaleça e que os moradores vivam com mais tranquilidade”, afirmou o gestor.

Medeiros também destacou que a Prefeitura tem adotado medidas emergenciais, como contenção com blocos de pedra em pontos críticos, mas reforçou que é necessário um projeto de maior alcance para uma solução definitiva.

Estado defende abordagem metropolitana e sustentável

O secretário Daniel Coelho enfatizou que o problema da erosão marinha ultrapassa os limites de Jaboatão e requer uma abordagem metropolitana.

“Firmamos um compromisso com a Prefeitura de Jaboatão para construir a solução definitiva, mas também uma solução Metropolitana, para a engorda das praias. Este é um importante passo que também vai beneficiar outras localidades”, declarou Coelho.

Segundo ele, o Governo de Pernambuco tem priorizado o tema nas agendas de planejamento costeiro e ambiental, buscando apoio técnico e financeiro junto a instituições federais e internacionais.

Grupo técnico irá propor medidas de curto, médio e longo prazo

O grupo técnico que será formado entre as duas esferas governamentais deverá atuar em três frentes principais:

  1. Levantamento técnico das áreas mais afetadas pela erosão;

  2. Proposição de obras estruturais de contenção e engorda artificial das praias;

  3. Definição de ações emergenciais para minimizar os danos durante o período de marés mais fortes.

A iniciativa também prevê a elaboração de um plano integrado de gestão costeira, com foco na sustentabilidade ambiental e no ordenamento urbano das áreas litorâneas.

Impactos sociais e econômicos do avanço do mar

O avanço do mar afeta não apenas o meio ambiente, mas também atividades econômicas e sociais da região. Em bairros como Piedade, Candeias e Barra de Jangada, comerciantes relatam redução no fluxo de turistas e prejuízos em estabelecimentos próximos à praia.

Moradores também expressam preocupação com a segurança de imóveis e vias públicas, principalmente durante os períodos de maré alta. O turismo local, que movimenta boa parte da economia jaboatonense, depende diretamente da recuperação da faixa de areia e da infraestrutura urbana da orla.

Soluções em debate em outras regiões do Estado

Além de Jaboatão, outras cidades do litoral pernambucano — como Olinda, Paulista e Itamaracá — enfrentam problemas semelhantes. Em alguns trechos, o mar já avança sobre calçadas e residências. O Governo do Estado tem avaliado experiências anteriores de engorda artificial de praias, como a realizada em Boa Viagem, no Recife, para definir o modelo mais adequado à realidade de cada município.

Próximos passos e expectativa

A próxima reunião do grupo técnico, marcada para 21 de outubro, deverá apresentar as primeiras propostas de intervenção. Até lá, as equipes de engenharia e meio ambiente dos dois governos seguirão realizando vistorias de campo e coleta de dados topográficos e oceanográficos.

O objetivo é consolidar um diagnóstico técnico detalhado que sirva de base para projetos executivos a serem apresentados a órgãos financiadores, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente.

O encontro entre o prefeito Mano Medeiros e o secretário Daniel Coelho marca um avanço importante na cooperação entre o município e o Estado para enfrentar o avanço do mar em Jaboatão dos Guararapes. A criação do grupo técnico representa um passo estratégico rumo a soluções sustentáveis e de longo prazo para proteger a orla, o meio ambiente e a economia local.

Com o fortalecimento dessa parceria, espera-se que Jaboatão e outras cidades do litoral pernambucano possam recuperar suas praias e preservar o equilíbrio costeiro frente aos desafios impostos pela natureza e pela urbanização acelerada.

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