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A paralisia administrativa de Mano Medeiros em Jaboatão

A administração Mano Medeiros acumula questionamentos enquanto a cidade sofre com falhas estruturais.

Mano Medeiros
Prefeito de Jaboatão dos Guararapes Mano Medeiros (PL). Foto: Divulgação

A gestão Mano Medeiros (PL) em Jaboatão dos Guararapes se tornou, nos últimos anos, um exemplo triste e preocupante de como uma cidade pode sofrer quando o poder público se afasta de suas responsabilidades básicas. Enquanto moradores convivem diariamente com ruas esburacadas, alagamentos constantes, obras paradas e falhas graves nos serviços públicos, o governo municipal parece caminhar em outra direção, distante da realidade e das necessidades urgentes da população. É impossível observar o que ocorre no município e não concluir que Jaboatão atravessa um dos períodos mais críticos de sua história recente. E a responsabilidade recai diretamente sobre a condução administrativa de Mano Medeiros, que recebeu mais de 180 mil votos de confiança, mas não tem correspondido às expectativas depositadas em sua gestão.

O abandono é visível a olho nu. Em bairros como Prazeres, Cavaleiro, Curado, Barra de Jangada, Cajueiro Seco e Socorro, o cenário se repete: buracos que mais parecem crateras, ruas completamente destruídas, vias que deixam carros atolados ou danificados, além de uma sensação constante de descaso público. A infraestrutura de Jaboatão dos Guararapes vive um colapso progressivo, e isso ocorre apesar do orçamento bilionário da cidade, superior a R$ 2,4 bilhões para 2025. Não falta dinheiro. Faltam gestão, prioridades claras, liderança ativa e compromisso verdadeiro com a população.

A drenagem do município é outro reflexo do fracasso administrativo da gestão Mano Medeiros. Em Jaboatão, não é preciso um temporal para que a cidade entre em colapso. Uma simples garoa transforma avenidas inteiras em rios e faz moradores perderem o direito básico de ir e vir. Em áreas críticas, basta chover dez minutos para que escolas suspendam aulas, comerciantes fechem as portas e motoristas fiquem presos por horas, aguardando a água baixar. Isso não é um fenômeno natural inevitável. Isso é falta de planejamento urbano. Falta de manutenção. Falta de investimento. Falta de governo.

Nos serviços essenciais, como saúde, a realidade também é alarmante. Relatos de unidades sem médicos, filas intermináveis para exames, falta de medicamentos e estruturas precárias são constantes. O cidadão que depende da rede municipal enfrenta não apenas a doença, mas o desgaste emocional de lutar para ser atendido. Na prática, o sistema de saúde de Jaboatão parece funcionar no limite, como se estivesse sempre prestes a colapsar por completo. E não há clareza, dentro da gestão Mano Medeiros, sobre investimentos, metas, diagnóstico real da rede ou plano de recuperação. A sensação é de improviso permanente.

Outro elemento que desperta indignação é a aparente inversão de prioridades da gestão. Enquanto bairros inteiros mergulham no abandono, cresce a percepção pública de que Mano Medeiros dedica tempo e esforço mais ao projeto político que envolve sua esposa, Andrea Medeiros, pré-candidata a deputada estadual em 2026, do que às necessidades urgentes da cidade. Não há problema em familiares concorrerem a cargos públicos, mas há problema — e grave — quando o chefe do Executivo parece mobilizar a máquina administrativa mais em prol de uma candidatura do que da cidade que governa. Isso mina a confiança popular e reforça a impressão de que Jaboatão se tornou refém de um grupo político que há quase uma década controla o município, mas não entrega os resultados esperados.

Jaboatão dos Guararapes tem enorme potencial econômico, turístico e social. É uma cidade com praias belíssimas, posição estratégica, população numerosa, grande malha viária, atividade comercial intensa e um patrimônio histórico importante. Em vez de aproveitar esse potencial para gerar emprego, renda e qualidade de vida, o município o desperdiça por má gestão. Enquanto isso, cidades muito menores, com orçamentos mais modestos, avançam em competitividade, planejamento urbano e desenvolvimento. Jaboatão, infelizmente, anda para trás.

Outro aspecto que agrava a crise é a postura comunicacional da gestão Mano Medeiros. Em vez de se aproximar da população, dialogar com os moradores, explicar atrasos, anunciar cronogramas reais e prestar contas de forma transparente, a administração opta pelo silêncio ou por discursos genéricos. Não há clareza sobre planos, metas ou prioridades. E quando não há comunicação eficiente, cria-se um vácuo que é imediatamente preenchido por insatisfação, desconfiança e críticas legítimas da população. Uma gestão que não conversa com o povo está fadada a perder sua conexão com a cidade — e é exatamente isso que está acontecendo.

O eleitor de Mano Medeiros, aquele que entregou mais de 180 mil votos ao atual prefeito, esperava uma gestão forte, presente, transparente e eficiente. Esperava liderança, organização e compromisso. O que vê hoje é o oposto: uma cidade abandonada, serviços que não funcionam, obras paradas, ruas esburacadas, saúde fragilizada, alagamentos constantes e uma administração paralisada em seu próprio gabinete. A frustração é compreensível. E mais do que isso, é justificável.

O maior patrimônio de uma cidade é a confiança entre o governo e a população. Quando essa confiança se rompe, o governo perde legitimidade. Mano Medeiros está diante de um momento decisivo. Ou retoma as rédeas da administração e prioriza a cidade, ou entrará para a história como o prefeito que deixou Jaboatão dos Guararapes à deriva, em seu momento de maior necessidade.

Jaboatão precisa de governo. Precisa de ação. Precisa de atitude. Precisa de um prefeito presente, capaz de liderar, ouvir e resolver. A população não quer discursos vazios. Quer ruas transitáveis, saúde funcionando, segurança pública integrada, escolas equipadas e políticas urbanas eficientes. Quer respeito. Quer dignidade. Quer viver em uma cidade que funcione.

A verdade é simples e direta: Jaboatão dos Guararapes está abandonada, e Mano Medeiros deve explicações. A cidade continua esperando respostas — e, principalmente, soluções. Porque cada buraco nas ruas, cada alagamento, cada obra parada e cada falha nos serviços públicos são lembretes diários de que Jaboatão merece muito mais do que tem recebido.

A pergunta que não quer calar: Até quando Jaboatão dos Guararapes vai suportar o abandono da gestão Mano Medeiros — e quando o prefeito finalmente decidirá governar a cidade que confiou a ele mais de 180 mil votos?

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