Ads

Ministério da Saúde confirma 17 casos de intoxicação por metanol e investiga 200

O Ministério da Saúde confirmou 17 casos de intoxicação por metanol e investiga outros 200 em 13 estados. São Paulo concentra 82% das notificações.

Metanol
São Paulo concentra mais de 80% das notificações de intoxicação por metanol. Governo amplia ações de resposta.
Foto: Robson Valverde

O Ministério da Saúde divulgou, na noite desta segunda-feira (6), o boletim mais recente sobre os casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O documento registra 217 notificações em todo o país, sendo 17 casos confirmados e 200 ainda em investigação.

São Paulo concentra a maioria das ocorrências

O estado de São Paulo responde por 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação. O Paraná aparece em seguida, com dois casos confirmados e quatro suspeitos sob análise.
Além desses, há investigações em outros 12 estados brasileiros, incluindo Pernambuco (10 casos), Ceará (3), Goiás (3), Mato Grosso do Sul (5) e Rio Grande do Sul (2), entre outros.

Em relação aos óbitos, duas mortes já foram confirmadas em São Paulo, enquanto 12 permanecem em investigação — distribuídas entre Mato Grosso do Sul (1), Pernambuco (3), São Paulo (6), Paraíba (1) e Ceará (1).

Governo amplia estrutura para exames toxicológicos

Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou medidas para acelerar a confirmação dos casos de contaminação. O governo firmou parceria com dois laboratórios de referência — um na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e outro na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo o ministro, a Unicamp conta com a estrutura do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), com capacidade para realizar até 190 exames por dia.

“Esses exames podem ajudar a esclarecer dúvidas sobre casos suspeitos, especialmente em São Paulo, onde há uma grande concentração de notificações”, destacou Padilha.

A Fiocruz, por sua vez, disponibilizará um laboratório para auxiliar estados com dificuldade de diagnóstico, oferecendo suporte técnico para detecção de metanol em amostras coletadas pelos serviços de saúde.

Apoio aos estados e orientação aos profissionais de saúde

O Ministério da Saúde orientou que as notificações sejam feitas imediatamente, mesmo antes da confirmação laboratorial. O objetivo é permitir o início rápido do tratamento, reduzindo os riscos de complicações graves.

“Não é necessário esperar a confirmação para iniciar o atendimento clínico. A suspeita já deve acionar o protocolo de tratamento”, reforçou o ministro.

A pasta também está articulando com as secretarias estaduais o envio de amostras para os laboratórios de referência, garantindo maior agilidade na análise dos casos.

Antídotos e estoques emergenciais no SUS

Com o aumento das notificações, o governo anunciou a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades do antídoto fomepizol para reforçar o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS).

O fomepizol, medicamento indicado para o tratamento de intoxicação por metanol, deve chegar aos centros de referência estaduais ainda nesta semana. A compra foi realizada em parceria com o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com um fabricante japonês que mantém estoques nos Estados Unidos.

Segundo o ministério, os dois antídotos — etanol e fomepizol — podem ser utilizados logo na suspeita de intoxicação, mas o uso deve ser feito exclusivamente sob prescrição e monitoramento médico.

Resumo das medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde

  1. Parceria com Unicamp (Ciatox) e Fiocruz para realização de exames;

  2. Capacidade ampliada para até 190 testes por dia;

  3. Apoio técnico aos estados para análise de amostras;

  4. Aquisição de antídotos (etanol farmacêutico e fomepizol);

  5. Orientação imediata aos profissionais de saúde para notificação e início do tratamento;

  6. Monitoramento nacional com atualização contínua dos boletins epidemiológicos.

Contexto e riscos do metanol

O metanol é um tipo de álcool altamente tóxico, usado em solventes, combustíveis e produtos industriais. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência de órgãos e morte. Casos de contaminação costumam estar relacionados à fabricação ou venda clandestina de bebidas alcoólicas adulteradas.

A ingestão acidental ou intencional exige tratamento médico urgente. Entre os sintomas mais comuns estão náuseas, vômitos, tontura, visão turva, confusão mental e dificuldade respiratória.

Ações preventivas e fiscalização

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Federal e das secretarias estaduais, está colaborando com a fiscalização de estabelecimentos suspeitos de comercializar bebidas irregulares.
As ações buscam identificar e retirar produtos adulterados do mercado, além de responsabilizar os fabricantes e distribuidores ilegais.

O governo federal também recomenda que a população compre bebidas apenas de fontes confiáveis, verificando rótulos, lacres e selos de autenticidade.

O Ministério da Saúde mantém o monitoramento diário dos casos de intoxicação por metanol e reforça que qualquer suspeita deve ser comunicada imediatamente aos serviços de saúde. Com o apoio da Unicamp, Fiocruz e o fortalecimento dos estoques do SUS, o governo busca agilizar diagnósticos, ampliar o tratamento e evitar novas vítimas.

Postar um comentário

0 Comentários