Pesquisa Quaest divulgada em 9 de outubro confirma que Lula lidera em todos os cenários simulados para 2026, com margem de erro de 2 pontos.
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Lula vence todos os adversários em simulações de 1º e 2º turno, aponta Quaest. Foto: Ricardo Stuckert |
A escolha de uma margem de erro relativamente pequena e amostragem ampla dá robustez ao estudo, mas não elimina totalmente a possibilidade de variações — especialmente em candidatos com pontuações próximas.
Principais resultados
Cenários de 1º turno
A pesquisa estimulada — isto é, com os nomes dos candidatos apresentados — apontou quatro a oito cenários, dependendo das combinações testadas. Em todos os cenários, Lula (PT) figura com índices de 35 % a 43 % das intenções de voto, liderando consistentemente.
Alguns exemplos de cenários são:
Com Bolsonaro: Lula 35 %, Bolsonaro 26 %, Ratinho Júnior 10 %, Ciro 9 %, Zema 3 %, Caiado 3 %.
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Com Michelle: Lula 36 %, Michelle Bolsonaro 21 %, Ciro 10 %, Ratinho 10 %, Zema 4 %, Caiado 3 %.
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Com Tarcísio: Lula 39 %, Tarcísio 18 %, Ciro 12 %, Caiado 4 %, Zema 4 %.
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Em outro cenário misto (Lula, Tarcísio e Eduardo Bolsonaro): Lula 42 %, Tarcísio 19 %, Eduardo Bolsonaro 17 %.
Em todas essas simulações, Lula aparece à frente dos demais nomes testados.
Cenários de 2º turno
Nos confrontos diretos (um contra um), Lula também apareceu vencedor em todos os empates simulados:
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Contra Ciro Gomes (PDT): Lula 41 % x 32 %
Contra Jair Bolsonaro (PL): Lula 46 % x 36 %
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Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos): Lula 45 % x 33 %
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Contra Michelle Bolsonaro: Lula 46 % x 34 %
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Contra Ratinho Júnior: Lula 44 % x 31 %
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Contra Romeu Zema (Novo): Lula 47 % x 32 %
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Contra Ronaldo Caiado (União Brasil): Lula 46 % x 31 %
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Contra Eduardo Bolsonaro: Lula 46 % x 31 %
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Contra Eduardo Leite (PSD): Lula 45 % x 22 %
A vantagem mais estreita é contra Ciro (9 pontos) e contra Bolsonaro (10 pontos), enquanto o embate mais folgado é contra Leite (23 pontos).
Comparação com pesquisa anterior
A nova pesquisa confirma uma estabilidade nos resultados em relação ao levantamento de setembro, o segundo consecutivo com padrão parecido. Lula já vinha liderando todos os cenários desde agosto.
Em setembro, Lula tinha vantagem de 8 pontos sobre Tarcísio no 2º turno; agora essa vantagem é de 12 pontos.
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As diferenças de Lula sobre Bolsonaro, Michelle e Eduardo Bolsonaro oscilaram para baixo, mas permanecem dentro da margem de erro.
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Contra Ciro, Ratinho, Zema e Leite, Lula oscilou para cima.
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A vantagem contra Caiado permaneceu praticamente inalterada.
Rejeição e opinião sobre candidaturas
Outro dado relevante: entre todos os nomes avaliados, Eduardo Bolsonaro (PL) aparece como o mais rejeitado como candidato à Presidência.
Além disso, a pesquisa perguntou:
Se Lula deveria se candidatar à reeleição: 42 % responderam “sim” (era 39 % em setembro) e 56 % disseram “não”.
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Se Jair Bolsonaro deveria desistir da candidatura e apoiar outro nome: 76 % responderam que sim, mesmo índice do mês anterior; 18 % disseram que ele deveria manter, apesar da inelegibilidade.
Análise de pontos de vista
Perspectiva de Lula e base aliada
Para o governo e apoiadores de Lula, os resultados reforçam a narrativa de que o presidente está bem posicionado para reeleições ou para manutenção de influência eleitoral. A constância em liderar cenários ajuda a transmitir confiança e estabilidade política.
No entanto, o fato de maioria dos entrevistados preferir que ele não se candidate à reeleição gera um dilema: vencer hoje nas pesquisas não significa que o eleitorado apoiará uma nova disputa presidencial.
Perspectiva da oposição
Para adversários e analistas independentes, a pesquisa expõe uma fragmentação da oposição e dificuldades em consolidar um nome competitivo. Mesmo aqueles que mais se aproximam de Lula (como Tarcísio ou Michelle) não se aproximam o suficiente dentro da margem de erro.
Há ainda o fator da inelegibilidade de Bolsonaro — se ele fosse elegível, poderia alterar radicalmente o panorama eleitoral. Mas na situação atual, ele figura como um ator com rejeição alta e votação menor.
Alguns críticos apontam que pesquisas eleitorais são instantâneas e voláteis, e que eventos futuros, escândalos ou crises podem alterar profundamente o cenário.
Limitações e cautelas
A pesquisa é estimulada: candidatos são apresentados ao entrevistado, o que pode inflar o percentual de nomes menos conhecidos.
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A margem de erro (2 pontos) permite pequenas flutuações que podem alterar empates técnicos entre candidatos.
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A eleição ainda está distante, e muito pode mudar — alianças, debates, campanhas, crises econômicas ou políticas.
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O teste de cenários hipotéticos não garante que todos esses candidatos efetivamente disputarão ou terão viabilidade em 2026.
A pesquisa Quaest / Genial, divulgada em 9 de outubro, mostra Lula liderando todos os cenários simulados para as eleições presidenciais de 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno, com vantagem que varia de 9 a 23 pontos. Houve estabilidade em relação ao levantamento anterior, com ligeiras oscilações dentro da margem de erro. A maioria prefere que Lula não concorra à reeleição, e Eduardo Bolsonaro figura como o candidato mais rejeitado.
Embora os resultados fortaleçam a posição atual de Lula, o panorama eleitoral é dinâmico e sujeito a mudanças. A fragmentação da oposição e a ausência (ou inelegibilidade) de um nome unificado à direita podem favorecer o cenário apontado pela pesquisa, mas não garantem que ele se manterá intacto até 2026.
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